Todo mundo já ouviu falar de crise de pânico, certo? Aquela coisa de sentir o coração acelerar muito, ter medo de morrer ou achar que está tendo um ataque do coração. É uma sensação terrível que chega de repente, como uma tempestade sem aviso.
Mas o que pouca gente sabe é que o pânico não se mostra só assim. Existe uma série de Sintomas Pouco Conhecidos da Crise de Pânico que podem deixar a pessoa ainda mais confusa e assustada. São sensações no corpo e na mente que parecem vir do nada e que muita gente tem vergonha de contar, achando que só ela sente aquilo.
É como se a crise de pânico fosse um susto gigante para o nosso corpo e a nossa mente. Imagina que seu corpo tem um alarme para perigos de verdade, tipo um incêndio ou um ladrão. Na crise de pânico, esse alarme dispara sem ter perigo nenhum por perto. E quando o alarme dispara, o corpo e a mente reagem de muitas formas diferentes, não só com o coração batendo forte.
Sintomas Pouco Conhecidos da Crise de Pânico: O Corpo Sente Coisas Diferentes
Quando a crise de pânico chega, ela pode bagunçar um monte de coisas no corpo. Muita gente conhece o medo forte e o coração disparado. Mas tem outros jeitos que o corpo reage que deixam a gente pensando: “O que está acontecendo comigo?”. Vamos falar de alguns desses jeitos que não são tão famosos, mas que são muito reais para quem sente.
O Corpo Faz Coisas Estranhas
Essas sensações no corpo podem ser as mais assustadoras, porque a gente pensa logo que está com uma doença grave. Mas muitas vezes, é o pânico se mostrando de um jeito diferente.
Tontura Forte ou Sensação de Desmaio: Não é uma tonturinha de fome. É uma sensação de que o chão está balançando, que você vai cair a qualquer momento, que tudo roda. Às vezes, parece que a cabeça está leve demais, ou pesada demais. Dá medo de perder o controle do corpo, de desmaiar ali mesmo, na frente de todo mundo. Essa tontura pode ser tão forte que a pessoa evita sair de casa, com medo de passar mal na rua. É como se o corpo desligasse um pouquinho, só para dar um susto. Mas é só um susto, não um problema sério de saúde.
Formigamento e Dormência: De repente, suas mãos, seus pés, seus braços, ou até o rosto começam a formigar. Parece que tem um monte de agulhinhas picando, ou que a parte do corpo está adormecendo. Isso pode dar um medo danado, pensando que é um problema nos nervos ou na circulação. Mas na crise de pânico, isso acontece por causa da respiração que fica rápida demais, ou do corpo que fica muito tenso. É como se o corpo estivesse formigando de tanto susto, mas não é um problema de verdade que vai te fazer mal. É só uma sensação que passa quando a crise acalma.
Tremores por Dentro: Muita gente pensa em tremer como algo que se vê por fora, as mãos tremendo, o corpo chacoalhando. Mas na crise de pânico, o tremor pode ser por dentro. Você sente o corpo vibrando por dentro, tremendo de um jeito estranho, mas por fora talvez não apareça nada. Essa sensação interna pode ser muito angustiante, porque só você sente e é difícil explicar para os outros. É como se tivesse um motorzinho tremendo dentro de você. É o corpo reagindo ao medo forte, mesmo que o medo não tenha um motivo real ali na hora.
Calafrios ou Calor Repentino: De uma hora para outra, você sente um frio que te faz tremer, mesmo que esteja calor. Ou então, sente um calorão que sobe pelo corpo todo, como se estivesse pegando fogo. Essas mudanças de temperatura do nada podem deixar a gente confuso e preocupado. É o jeito do corpo lidar com o susto do pânico, como se o termostato interno ficasse maluco por um tempinho.
Sensação de Engasgar ou Sufocar: Essa é uma das sensações que mais dão medo, porque parece que a gente não vai conseguir respirar. Parece que tem alguma coisa presa na garganta, ou que o ar não entra direito nos pulmões. A pessoa começa a tossir, a tentar puxar o ar com força, e o medo de sufocar aumenta. Mas, na verdade, a pessoa está respirando. O que acontece é que a garganta fica tensa, ou a respiração fica rápida e curta, dando essa sensação terrível. É o corpo em alerta máximo, achando que precisa lutar ou fugir, e por isso prepara os músculos, inclusive os da respiração e garganta. É assustador, mas o ar continua chegando.
A Mente Também Prega Peças
Além das coisas estranhas que o corpo sente, a mente na crise de pânico também pode ter reações que fogem do comum. Não é só o medo de morrer ou de ter um ataque. A cabeça pode fazer a gente sentir coisas muito diferentes da realidade.
Parece Que Não Sou Eu
Durante a crise, ou logo depois, algumas pessoas sentem que não são elas mesmas. É como se estivessem fora do corpo, olhando tudo de longe, como se fosse um filme. Ou sentem que o corpo não lhes pertence, que as mãos não são suas, que os pensamentos não são seus. Isso se chama despersonalização, e é uma sensação muito esquisita e assustadora. Dá medo de estar enlouquecendo, de estar perdendo a conexão com a realidade. Mas é uma reação da mente ao estresse extremo do pânico, uma forma de se “proteger” se desligando um pouco. É como se a mente desse um zoom para fora para tentar lidar com a sensação de perigo. Não é loucura, é pânico.
O Mundo Não Parece Real
Junto com a sensação de não ser você, pode vir a sensação de que o mundo ao redor não é real. As coisas parecem estranhas, distantes, sem cor, como se você estivesse dentro de um sonho ou de uma bolha. As pessoas parecem robôs, os lugares parecem cenários de filme. Isso se chama desrealização. É parecido com a despersonalização, mas em vez de sentir que você não é real, é o mundo lá fora que parece irreal. Também é uma reação da mente ao susto, uma forma de tentar processar algo que parece grande demais para aguentar. É assustador sentir que a realidade está diferente, mas é uma sensação que passa e não significa que você perdeu o contato com a realidade de verdade.
Medo de Perder o Juízo ou Enlouquecer
Com todas essas sensações estranhas no corpo e na mente, é muito comum que a pessoa sinta um medo intenso de estar ficando louca. O pensamento que vem é “Estou perdendo o controle”, “Vou enlouquecer”, “Não vou mais ser eu”. Esse medo é parte do pânico, alimentado pelas sensações incomuns. Mas a crise de pânico não leva à loucura. É um medo forte e real, mas a pessoa não perde o juízo. O controle parece sumir porque o corpo está reagindo de forma descontrolada, mas a mente, apesar do susto, ainda está ali.
Medo de Morrer (Quando Parece Que Não Há Perigo)
Já falamos do medo de morrer por causa do coração disparado, que parece um ataque do coração. Mas na crise de pânico, o medo de morrer pode vir mesmo sem esses sintomas cardíacos tão fortes. Pode ser um medo forte e repentino de que algo terrível vai acontecer com você, que a morte está perto, sem que haja uma situação de perigo real por perto. Esse medo avassalador é uma das marcas do pânico e mostra como o alarme do corpo está disparado no máximo.
Por Que O Pânico Causa Sintomas Tão Diferentes?
É como se o corpo tivesse um botão de “luta ou fuga”. Esse botão é para nos proteger quando há um perigo de verdade, tipo um animal selvagem ou um assalto. Ele prepara o corpo para lutar ou correr: o coração bate mais rápido para levar sangue para os músculos, a respiração acelera para pegar mais oxigênio, os sentidos ficam super ligados. (Podemos imaginar aqui um desenho simples do corpo com setas mostrando o coração acelerando, os pulmões puxando ar rápido, os músculos tensos – imagem com alt text: Desenho simples mostrando reações do corpo durante o medo, como coração rápido e respiração ofegante).
Na crise de pânico, esse botão dispara por engano. Não há perigo, mas o corpo age como se houvesse. E cada corpo reage um pouco diferente quando esse alarme toca sem motivo. Por isso, além dos sintomas mais conhecidos, podem aparecer essas outras sensações estranhas. É a mesma tempestade, mas caindo de jeitos diferentes em lugares diferentes do corpo e da mente.

O Que Fazer Quando Isso Acontece?
Passar por uma crise de pânico, principalmente com esses sintomas menos conhecidos, é muito assustador. Dá a sensação de que estamos perdendo o controle total do nosso corpo e da nossa mente. Mas a boa notícia é que existem coisas que podemos fazer na hora da crise para ajudar a passar por ela. E o mais importante: crises de pânico são terríveis, mas não são perigosas de verdade para a sua saúde física e mental a longo prazo. Elas passam.
Essas dicas não vão fazer a crise sumir num passe de mágica, mas podem ajudar a diminuir a força dela e o medo que ela causa. E praticar essas coisas fora da crise ajuda muito a se sentir mais preparado.
Aceite o Que Está Sentindo (Não Lute)
Quando a crise chega, nosso primeiro instinto é lutar contra aquelas sensações terríveis. Queremos que elas vão embora logo, queremos controlá-las. Mas na crise de pânico, lutar contra os sintomas é como tentar sair de areia movediça se debatendo – quanto mais você luta, mais afunda.
Tente fazer o contrário: aceite que a sensação está ali naquele momento. Diga para si mesmo, baixinho ou na sua cabeça: “Ok, estou sentindo tontura”, “Ok, meu corpo está formigando”. Não julgue, não brigue com o que está sentindo. Apenas observe. Saber que é pânico e que vai passar, mesmo que seja desconfortável, ajuda a diminuir o medo de “o que é isso?!”. É como se você dissesse para o alarme: “Já sei, é você. Pode tocar, mas eu sei que vai parar”.
Foque na Respiração (Bem Devagar)
A respiração fica toda desregulada no pânico. Fica rápida e curta. Tentar controlar ela de repente pode ser difícil na hora do susto grande. Mas focar em respirar devagar pode ajudar a acalmar o alarme do corpo. Não precisa ser perfeito. Apenas tente inspirar o ar devagar pelo nariz, contando até 3 ou 4. Segure um pouquinho, contando até 3 ou 4. E solte o ar devagar pela boca, contando até 4 ou 5. Repita isso com calma.
Se for muito difícil contar, apenas foque no ar entrando e saindo. Sinta o ar no seu nariz, no seu peito, na sua barriga. Respire como se estivesse cheirando uma flor (puxa devagar pelo nariz) e soprando uma vela (solta devagar pela boca). Isso ajuda a acalmar o corpo e a focar em algo que você pode controlar um pouquinho. (Você pode aprender mais sobre técnicas de respiração [aqui – link interno para artigo sobre técnicas de respiração simples]).
Tente Conectar Com o Momento Presente
Quando a mente está na tempestade do pânico, parece que a gente sai do lugar, que não está ali de verdade (aquela sensação de desrealização e despersonalização). Para voltar, você pode usar seus sentidos. Olhe em volta. O que você vê? Nomeie 5 coisas que você consegue ver agora. Uma cadeira, uma parede, sua mão, a cor do chão. Sinta as coisas. O que você consegue tocar? Sua roupa? O lugar onde está sentado? Sinta a textura. O que você ouve? O barulho dos carros lá fora? Sua própria respiração? Focar nas coisas simples do “agora” ajuda a ancorar você na realidade e a diminuir a sensação de que o mundo ou você mesmo não são reais.
Lembre Que Vai Passar
Durante a crise, a sensação é que aquilo nunca vai acabar. O medo é tão grande que parece eterno. Mas é muito importante lembrar, ou tentar lembrar, que a crise de pânico tem um começo, um meio e um fim. Ela atinge o pico e depois começa a diminuir. Saber que é algo passageiro, mesmo que dure alguns minutos que parecem uma eternidade, pode trazer um pouco de alívio e esperança no meio do susto. Você já sobreviveu a 100% dos seus dias difíceis até agora, e vai superar este também.
Fale Com Alguém de Confiança
Se você estiver com alguém de confiança por perto durante a crise, se sentir que consegue, diga como está se sentindo. “Estou tendo uma crise de pânico”, “Estou com muito medo”, “Preciso que você fique aqui comigo um pouco”. Às vezes, só o fato de ter alguém por perto que saiba o que está acontecendo já acalma um pouco. Depois da crise, conversar sobre o que aconteceu com alguém que te entende, sem te julgar, pode ser muito bom.
Buscar Ajuda É Importante
Passar por isso sozinho é muito pesado. Se você tem tido crises de pânico, principalmente com esses sintomas estranhos que te deixam confuso, é fundamental buscar ajuda profissional. Um psicólogo pode te ajudar a entender por que isso acontece, o que “dispara” o seu alarme de pânico, e te ensinar outras formas de lidar com as crises e com o medo que fica entre elas. O tratamento com um profissional de psicologia ajuda muita gente a controlar o pânico e a ter uma vida mais tranquila. É como aprender a calibrar o alarme do corpo para que ele só toque quando houver perigo de verdade. Buscar ajuda é um passo corajoso e que funciona.
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Você Não Está Sozinho
É muito importante saber que você não está sozinho nessa. Muitas pessoas sentem esses sintomas de pânico menos conhecidos e ficam confusas e com medo, achando que é algo só delas. Falar sobre o que você sente, com um profissional ou com pessoas de confiança, ajuda a diminuir o peso e o medo. A crise de pânico é um transtorno que tem tratamento e que pode ser controlado. Você não precisa viver com esse medo e essas sensações estranhas para sempre. Acredite na sua capacidade de superar isso, passo a passo, um dia de cada vez. O caminho pode ter desafios, mas a melhora é real e possível.
Principais Pontos Abordados:
- Crises de pânico podem ter sintomas além do coração acelerado e medo de morrer.
- Sintomas físicos menos conhecidos incluem tontura forte, formigamento, tremores internos, calafrios/calor repentino, e sensação de engasgar.
- Sintomas mentais menos conhecidos incluem sentir que não é você mesmo (despersonalização), sentir que o mundo não é real (desrealização), e medo intenso de perder o juízo.
- Esses sintomas estranhos acontecem porque o pânico dispara o alarme de perigo do corpo sem ter um perigo real, causando reações físicas e mentais variadas.
- Durante a crise, tente aceitar a sensação em vez de lutar contra ela, focar na respiração devagar, e se conectar com o momento presente usando os sentidos.
- Lembre a si mesmo que a crise de pânico é assustadora mas não é perigosa e vai passar.
- Conversar sobre o que sente com alguém de confiança pode ajudar.
- Buscar ajuda de um profissional de psicologia é fundamental para entender e controlar o pânico a longo prazo.
- Muitas pessoas sentem esses sintomas, você não está sozinho, e a melhora é possível com tratamento.